sábado, 21 de abril de 2012




Não me importa a palavra, esta corriqueira.Quero é o esplêndido caos de onde emerge a sintaxe,os sítios escuros onde nasce o "de", o "aliás",o "o", o "porém" e o "que", esta incompreensívelmuleta que me apóia.Quem entender a linguagem entende Deuscujo Filho é Verbo. Morre quem entender.A palavra é disfarce de uma coisa mais grave, surda-muda,foi inventada para ser calada.Em momentos de graça, infreqüentíssimos,se poderá apanhá-la: um peixe vivo com a mão.Puro susto e terror.    Adélia Prado



Nenhum comentário:

Postar um comentário